Histórias insólitas para ler em julho

29/06/2009 às 15:55 | Publicado em Resenhas | Deixe um comentário
A premiada tradução de Mamede Mustafa Jarouche
A premiada tradução de Mamede Mustafa Jarouche

É de tirar o fôlego a leitura do Livro das Mil e uma Noites (Globo), em tradução direta do árabe feita pelo professor da Universidade de São Paulo, Mamede Mustafa Jarouche.

 A história é conhecida: depois de ser traído pela mulher, poderoso rei  mata as jovens esposas  após a consumação do casamento.

A maldição segue até que ele se case com Sahrazad,  tremenda narradora cujas histórias, “agradáveis e insólitas” como diz sua irmã,  seduzem não apenas o soberano, mas também o leitor.

Uma ótima pedida para apreciadores de narrativas míticas desfrutarem durante as férias.

Monica Martinez 

13a. turma do Curso de Redação Criativa

22/06/2009 às 12:04 | Publicado em Turmas do Curso de Redação Criativa | Deixe um comentário
Curso ministrado no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo

Curso ministrado no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo

Alunos da 13a. turma do Curso de Redação Criativa, ministrado pela professora Monica Martinez

Ajoelhadas (da direita para a esquerda): Maria Lucia de Paula, Clarissa Chagas Gaiarsa, Carolina Jardim, Amanda de Paula Augusto, Vanessa Riboldi, Rosiris Pereira do Nascimento da Silva e Vania Viana.

Em pé (da esquerda para a direita): Cristiane Castro, Maria Helena Bellini, Talita de Castro Silva, Juliana Granjeia, Leandro Nogueira, Fabiana Cristina Colombo, Karla Mamona, Elizandra Batista de Souza, Gisleine Zarbiette, a docente Monica Martinez, Carla Machado, Carla Cristina Coltro, Débora Magalhães Valente, Vanessa Lemos, Luciene Cimmatti.

Biscoito e bolacha

19/06/2009 às 15:45 | Publicado em Textos de alunos | 4 Comentários

Um beijo para São Paulo e dois para o Rio

A bela história de que o amor não tem fronteiras é verdade.  Ele também não tem bom senso. Nascida e criada num lugar onde prédios e montanhas dividem espaço com a praia, me vejo de repente casada e numa cidade onde quem manda é o concreto e o cimento.

Casamento. Segundo meu amigo Aurélio, significa: união solene entre duas pessoas de sexos diferentes com legitimação civil e/ou religiosa.

No meu caso, é muito mais grave: união entre um paulistano e uma carioca, com legitimação. 

— O que você está fazeindo?

— Estou esxcrevendo.

Meu, para de chiar.

Cara, fala você que nem homem.

E assim começa uma discussão que passa pelo time do São Paulo e o do Botafogo e vai até a lombada e o quebra-mola.

 Como bom paulistano, ele é metódico e organizado. E gosta de dizer que eu sou folgada. Aliás, paulista adora dizer que carioca é folgado. Como se fosse uma ofensa ou coisa que o valha.  Não é. É redundância, como subir para cima ou descer para baixo. Para nós, ser folgado é na verdade uma característica pessoal.

Além de folgada, sou dispersa e bagunceira. Tudo isso dentro de uma mesma casa.  E vou contar um segredo: dá certo. Assim como os opostos se atraem, os diferentes se completam.

E lá vamos nós.  São Paulo é um gigante de concreto. Rio de Janeiro é uma pequena província rodeada de morros e praias.       Aqui, eu espero o farol abrir. Lá eu aguardo o sinal verde para atravessar a rua. 

Eu amo biscoito, mas em São Paulo, sou obrigada a comer bolacha.

Paulistano é elegante e na maioria das vezes, formal.  Carioca é charmoso e sempre descontraído. 

São Paulo é frio que dói.  No Rio o sol quente brilha até no inverno.

Aqui tudo é cinza. Não é feio. É cinza. Ou será que o Rio de Janeiro é muito colorido?

O Rio tem fama de ser violento, e é. São Paulo é violento sem ter fama.

Em São Paulo falta tempo para fazer tudo de bom que a cidade oferece. No Rio, bastam alguns minutos na beira da praia para valer o dia.

Paulista trabalha enquanto carioca fica na praia. Desculpem, isso é fato.

E o pior de São Paulo, é sem dúvida a saudade do Rio de Janeiro. 

Certamente qualquer pessoa que chega na cidade de pedra tem impressão de que  será engolido pela imensidão.  Que a solidão que o concreto transmite vai reduzir seu coração a pó.

Solidão.  Essa cidade é a maior e mais populosa de uma nação inteira. Mas para quem chega de fora é impossível não se sentir só nesse lugar.

Minha experiência de forasteira mostra que apesar dos mitos alimentados pelas duas cidades, elas formam um bom casal. Opostos ligados pela via Dutra. E viva a via Dutra!

Em São Paulo aprendi que a vida não é um balão.  Que a gana de vencer está no sangue do paulistano, assim como a calma e sabedoria de viver a vida está no do carioca. Novamente tudo se encaixa e se completa.

Hoje posso andar pela rua de roupa colorida em meio aos casacos elegantes que seguem apressados.  Sou carioca e moro em sampa.

Todo dia penso em voltar, mas jamais vou me arrepender de ter vindo.

Texto da aluna Carolina Jardim, realizado durante o 13o. Curso de Redação Criativa, ministrado por Monica Martinez no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo de 9/5 a 6/6/9.

Um olhar poético sobre São Paulo

08/06/2009 às 10:07 | Publicado em Textos de alunos | 1 Comentário
A cidade vista de cima
A cidade vista de cima
 
A CIDADE QUE ME ABRAÇA
 
O vento forte e a sensação de onipotência foi o que mais marcou minha visita ao topo do edifício Altino Arantes, antigo Banespa, hoje propriedade do banco Santander.
 
Sempre quis conhecer um dos prédios mais altos de São Paulo, o nosso Empire State Building, mas a falta de tempo e de oportunidade sempre me impediram, já que só é possível visitá-lo em horário comercial.

Apesar de ansiosa para subir, tive que aguardar a descida de outro grupo para então seguir com algumas pessoas que também esperavam. Aguardamos na entrada, em um amplo e imponente saguão, que exibia um gigantesco lustre de cristal se debruçando sobre um jogo de bancos, cadeiras e mesa no centro, talhados em madeira escura e muito antiga.

 
Surpresos com o excesso de burocracia, sempre guiados por seguranças, fomos chamados para entrar em um elevador, depois trocamos por outro, e subimos o restante pelas escadas, até a torre.
 
No fim das contas, esse sistema todo acabou criando mais expectativa em ver minha cidade lá do alto, mesmo sabendo que poderia permanecer apenas por cinco minutos.

À medida que subo os degraus, já sinto o vento forte, que chega primeiro. A cidade anuncia o seu poder, e, sob meus pés, reafirma sua grandeza. Sinto emoção ao ouvir o zunido do vento, que levantava meus cabelos com força. Estou no topo de uma montanha, mas à minha volta, nem sinal de natureza, só concreto.

O contorno dos prédios se mistura às ruas, que parecem rios com os carros em movimento, e tudo se intercala formando uma massa bege e azul. Como é linda essa cidade vista por inteiro.

 
Começo a girar e ela me abraça por todos os lados. Olho cada pontinho nos edifícios, formado pelas janelas, imagino quantas histórias guarda cada um deles ou cada carro que se move como formiga. Percebo o real sentido de “estamos todos no mesmo barco”.

De repente, ouço um sino, trilha sonora para esse sonho de ver São Paulo inteira. É o mosteiro de São Bento, sob meus pés. Do outro lado, o azul da torre da Catedral da Sé se destaca na paisagem homogênea formada pelos prédios.

 
Aos poucos identifico outros lugares, a sombra do pico do Jaraguá muito distante, as janelas coloridas do shopping Light, a praça Ramos… lugares por onde passo, pedaços do meu cotidiano transformados em partes de algo maior, na força de uma cidade que pulsa intensamente.
 
 O texto e foto acima foram feitos pela aluna Luciene Cimatti durante o 13o. Curso de Redação Criativa, ministrado por Monica Martinez de 9/5 a 6/6/9. Para ver mais textos de Luciene, visite o blog http://www.lugaresecoisas.blogspot.com

Sábado

01/06/2009 às 17:34 | Publicado em Textos de alunos | 3 Comentários

O texto abaixo, de autoria da aluna Elizandra Souza, foi realizado no sábado, dia 30/5/9, durante o 13o. Curso de Redação Criativa. Recomendo a visita ao belo site da autora (http://mjiba.blogspot.com).

Na minha infância, este dia denominado sábado era o mais esperado (hoje se tornou muito mais), pois eu andava de bicicletas, podia ir à fazenda do meu avô, brincar com o balanço que ele fez pra mim, embaixo do pé de cajueiro.

Hoje com essa vida maluca e semana sufocante onde dedico maior parte do meu tempo cumprindo burocracias e obrigações, mesmo que seja no meu trabalho e na minha faculdade que amo, é como só comer a manga sem chupar o caroço: fica um processo inacabado.

Pensando bem o nome sábado vem da origem do saber, ou melhor, saber sobre si mesmo. Pois se consigo dormir até o corpo pedir para levantar, sinto uma deliciosa vontade de ler livros que me levem para outros lugares ou filmes que me teletransportem assim, só com os olhos e ouvidos.

Gosto também de não fazer nada, acredito que o ócio é criativo e traz palavras do além, além de mim mesma.

Como as árvores a vida cresce e dá frutos, hoje recebo meu sobrinho na minha casa. Sempre brincamos aos sábados. Vejo seus primeiros experimentos, andando que nem um patinho ou como um sonâmbulo com os braços pra frente, tentando se equilibrar ou entrar no armário de mantimentos com a sua motoca.

Neste dia, sábado de eu sei, eu posso desfrutar do pé da mangueira, da manga e do caroço.

Sábado é uma manga madura que posso me lambuzar.

 

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