Os sons da cidade

14/09/2009 às 9:03 | Publicado em Textos de alunos | Deixe um comentário

Vou com a Graciele à praça. Chegando lá às 10h10, fechamos os olhos e abrimos os ouvidos aos sons.

Imediatamente chama-me a atenção o jogo de futebol. A disputa está acirrada e o palavreado dos atletas engreossava. “Ô, arrombado” foi uma das frases.

Por nossas costas, falavam de uma tal de Marli que, sempre que procurava emprego, o pessoal fazia chacota, talvez por uma besteira qualquer.

Também em nossas costas, um cão latia. Devia ser um beagle que vimos.

Acima de mim, ouvi pássados da esquerda para a direita no sentido de quem está de costas para a Major Sertório. Dois deles me pareceram sanhaços, até porque voavam em grupo. Outro não soube identificar, mas talvez os colegas interioranos soubessem.

Rodeando a praça, veículos pesados. Passou um caminhão leve, que pelo padrão sonoro, tenho quase certeza de que era um Mercedes. Passou também um caminhão maior, cujo som do motor me lembrou algum motor de fornecedor. Tinha barulho de diesel mais moderno. Talvez fosse um caminhão da Ford ou da VW, pois usam motor de fornecedor, mas leve-se em conta que, por estar com olhos fechados, as percepções podem ser enganadas. No caso do que me pareceu caminhão leve, poderia ser até micro-ônibus, pois micro-ônibus em geral usa chassi de caminhão leve e compartilha componentes com os mesmos.

 Também passou um ou outro ônibus, distinguível pelo ruído mais grave. Sendo ônibus com chassi específico e de turismo, o escape gerava som diferente do de ônibus urbano. Salvo engano, todos os ônibus que lá passavam eram Mercedes. Os ruídos dos ônibus não eram a “voz” mais sussurrada de um Scania ou Volvo. Eram mais “barítonos”.

10h15. Hora de abrir os olhos e tentar deduzir o que vimos.

Texto do jornalista André Fiori realizado durante o 1o. Curso de Redação Criativa Avançado, ministrado por Monica Martinez no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo de 12/9 a 10/10/9.

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